Resistir ao tempo e manter viva a história registrada são responsabilidades do Arquivo Público do Estado, que protege o acervo de documentos que contempla toda ou boa parte da história do Pará – mantendo a qualidade dos mais antigos registros. Mas, para que essa preservação aconteça, o local mantém cuidados diários que asseguram a conservação e impedem a deterioração dos documentos históricos que tanto auxiliam pesquisadores e cidadãos a conhecer mais da memória cultural registrada.
Antes de um documento público chegar às mãos de um cidadão, ele é submetido a vários setores, sendo de pesquisas, preservação e controle interno. No campo da preservação, os arquivos passam por duas etapas. A primeira é o monitoramento externo, que avalia a temperatura ambiente da sala em que está localizado o arquivo, a umidade e a detecção de insetos ou roedores, além da checagem de invólucros. A segunda etapa são as intervenções feitas para garantir a qualidade prolongada dos documentos, como pequenos reparos, higienização e encapsulamento.
Entre os procedimentos de higienização, são utilizados utensílios como trinchas com cerdas macias, higienização com sucção, pó de borracha e descodificação aquosa. Limpezas nas salas de armazenamento também são feitas diariamente para impedir que insetos e roedores deteriorem os papéis.
O patrimônio conta com técnicos capacitados para exercer esse trabalho, explica o diretor do Arquivo Público, Leonardo Torii. “O trabalho de conservação preventiva é fundamental que seja manuseado por técnicos capacitados com o mínimo de conhecimento na área, como historiadores, arquivistas, bibliotecários e museólogos”. O diretor ainda acrescenta que as ferramentas utilizadas para esse serviço são bem simples. “Trinchas e borrachas. Outras já são mais específicas, como bisturis, espátulas elétricas, fitas tissue e cola metilcelulose”, afirma.
É importante que os cidadãos saibam dos cuidados que as documentações passam antes de chegar até eles, pois valoriza o trabalho dos servidores, além de auxiliar para uma maior consciência sobre a preservação e memória histórica do Pará, salienta o diretor. “Um trabalho que garante a perpetuação das informações e das memórias contidas nos documentos históricos. Esse traço é fundamental para o exercício da cidadania e disponibilização dos documentos públicos”, finaliza.
Texto: Quezia Dias (Ascom/Secult)