A construção do Hospital Materno-Infantil e de uma policlínica, e ainda a ampliação do número de leitos e poltronas de hemodiálise no Hospital Regional Público da Transamazônica (HRTP), foram autorizados pelo governador Helder Barbalho nesta terça-feira (28), para ampliar a oferta de serviços de saúde à população de Altamira e de outros nove municípios da Região de Integração Xingu, no oeste paraense. O governador assinou documentos que consolidam a parceria entre o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e a Prefeitura de Altamira.
Helder Barbalho destacou a importância da construção do Hospital Materno Infantil para os moradores de Altamira. “Hoje é um dia importantíssimo para o avanço da saúde pública do Xingu. Com essas assinaturas de ordens de serviço estamos mudando a realidade da saúde na região. Estamos começando hoje a obra da construção do Hospital Materno-Infantil de Altamira. A empresa já está completamente mobilizada para que essa construção comece agora mesmo”, garantiu o governador.
O secretário de Estado de Saúde Pública, Rômulo Rodovalho, disse que “todo o nosso trabalho nas unidades novas, ou nas já existentes na rede de saúde pública, é pensado de forma muito estratégica para beneficiar a população. O que estamos fazendo em Altamira é um exemplo. Conseguiremos deixar o Hospital Regional mais eficiente, teremos um atendimento especializado no Materno-Infantil e, em breve, teremos a policlínica funcionando. Com isso, aumenta a autonomia da região para tratar seu povo sem ter que sujeitar os pacientes a grandes deslocamentos para cidades distantes”.
O Hospital Materno-Infantil, obra orçada em R$ 33,5 milhões, sendo R$ 12 milhões de contrapartida da Prefeitura de Altamira, contará com 76 leitos, sendo 60 para internação (divididos em nove infantis, 12 adultos, nove para adolescentes, 20 obstétricos e 10 neonatais) e 16 para UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sendo 10 para adultos e seis para recém-nascidos.
Gestantes e crianças- A construção do Hospital Materno-Infantil vai oferecer atendimento especializado a gestantes, incluindo de alto risco, e para crianças de até 10 anos. Atualmente, os casos de gravidez de alto risco e partos de alta complexidade são encaminhados para o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT). Com a nova unidade de saúde, o Hospital Regional terá mais espaço, leitos e profissionais à disposição para outros atendimentos. Segundo dados do HRPT, já foram realizados 1.108 partos de alto risco na unidade, desde 2007.
O HRTP também será reformado e ampliado, atendendo a uma demanda da população, como ressaltou Claudiomiro Gomes, prefeito de Altamira. “Com a construção da hidrelétrica (Belo Monte), Altamira e nossos municípios vizinhos tiveram um aumento populacional muito grande, deixando o número de leitos disponíveis no nosso Hospital Regional insuficiente para atendermos da melhor maneira possível àqueles que precisam”, disse o gestor.Referência no atendimento de média e alta complexidade no 10º Centro Regional de Saúde, que abrange os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilândia, Pacajá, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitória do Xingu, a unidade conta com 97 leitos. Após a ampliação, vai dispor de 209 leitos, sendo 49 só para UTI. Já o setor de hemodiálise passará de 19 poltronas e equipamentos para 40, duplicando a capacidade de atendimento.
Caroline Alves, que se recupera de uma cirurgia realizada no HRTP, aprovou o anúncio de ampliação da unidade. “Com esse acidente que tive, vi a importância do Hospital para a população. Fui muito bem atendida, com médicos atenciosos, e não me faltou nada. Como moradora de Porto de Moz, fiquei muito feliz de saber que as pessoas que precisarem de atendimento terão um lugar ainda melhor para serem tratadas”, disse a usuária.
Além do aumento do número de leitos e poltronas de hemodiálise, as obras permitirão ofertar novos serviços para a população, informou Edson Primo, diretor Hospitalar do HRTP. “Vamos poder ampliar o centro cirúrgico com duas novas salas, e teremos atendimento de hemodinâmica, quimioterapia, nova máquina de ressonância magnética, uma nova área de ensino e pesquisa, com a participação de estudantes que já colaboram com o hospital. A perspectiva é instaurar residência médica, para tentar fixar os médicos na região”, adiantou.
Policlínica- As policlínicas são estratégias de extrema importância para o sistema de saúde, por atenderem aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que precisam de exames, encaminhados pelas unidades de Atenção Básica, e também por realizarem procedimentos de média complexidade, e atendimentos pós-cirúrgicos. O fluxo dinâmico, com o trabalho de equipes multidisciplinares, reduz as filas existentes nos hospitais regionais para consultas e diagnósticos.
Após a inauguração da Policlínica Metropolitana em Belém, em 2020, o Governo do Pará, via Sespa, vem trabalhando para implantar novas policlínicas em todo o Estado. Seguindo o padrão da unidade da capital, a Policlínica de Altamira contará com atendimentos clínicos em mais de 36 especialidades, como cardiologia, dermatologia, ginecologia, nefrologia, neurologia, gastroenterologia, oftalmologia e ortopedia. A unidade também terá atendimento dedicado à recuperação de pacientes com sequelas da Covid-19.
Além do espaço e equipamentos para consultas, a unidade contará com estrutura para realização de mais de 25 tipos de exames, incluindo eletroencefalograma, eletrocardiograma, ultrassonografia, densitometria, mamografia, raio X e ressonância magnética.
Mesmo não destinada ao atendimento de emergência ou cirúrgico, a policlínica terá estrutura para a realização de pequenos procedimentos, como biópsias de colo de útero, de linfonodos, mama, próstata e lesões dermatológicas.
Texto: Edilson Teixeira – Ascom/Sespa