Mais de 180 cabeças de gado foram encaminhadas para abate sanitário na segunda-feira (29) em Altamira, no sudoeste do Pará. Os bovinos foram apreendidos por fiscais do IBAMA no fim de semana por estarem na terra indígena Cachoeira Seca. A ação foi divulgada nesta terça-feira (30).
O proprietário já havia sido notificado pelo IBAMA para retirar o rebanho do local, mas descumpriu a notificação. Além da ocupação ser considerada irregular, a atividade descumpria normas sanitárias.
O Ibama, Polícia Federal e outros órgãos federais já retiraram outros animais dessa terra indígena este ano. Até esta terça-feira (30, não foi detalhado balanço do total de animais criados ilegalmente na terra indígena e se houve prisões.
A criação de gado em áreas indígenas é crime ambiental e também é considerada uma infração perante as normas sanitárias, colocando em risco as medidas de defesa da febre aftosa e da certificação do estado como livre da doença.
De acordo com o IBAMA, todas as 187 cabeças de gado apreendidas no último fim de semana foram doadas para a Adepará, levadas para Altamira e encaminhadas para o abate sanitário.
O proprietário do rebanho pode responder também por crime ambiental, pois estava utilizando uma área embargada como pastagem para criação de animais e impedindo a regeneração natural da floresta.
Em maio, cerca de mil cabeças de gado foram apreendidas em uma fazenda que ocupava 500 hectares dentro da mesma área protegida. Não foi detalhado se a fazenda alvo da operação federal em maio tem relação com a apreensão dessa semana.
A Terra Indígena Cachoeira Seca tem aproximadamente 734 mil hectares. Mais da metade da área fica no município de Altamira e ocupa também territórios de Placas e Uruará. Dentro da área vivem aproximadamente 90 indígenas da etnia Arara.
Fonte: G1 Pará