Um policial militar foi preso nesta segunda-feira (29) após autorizada a sua prisão pela justiça. O agente é suspeito de tentativa de homicídio, em Altamira, Sudoeste do Pará. O ato que levou à expedição do mandado de prisão contra o Cabo Jeovani Marcelo de Araújo Fochesatto foi registrado por uma câmera de vigilância de um prédio comercial.
Nas imagens é possível ver três homens conversando próximo a uma distribuidora de bebidas. Próximo dali outro homem está sentado em uma motocicleta, na cena parece que tudo está tranquilo, até que um dos homens se afasta, e é possível ver uma luz.
Esse clarão foi resultado de disparos. Pelo menos dois tiros são visualizados na imagem, disparados pelo PM, que após ver a vítima no chão, permanece por alguns segundos no local e em seguida sai correndo.
No vídeo, que foi registrado diretamente da tela de um computador, não é possível ver a hora em que os disparos foram feitos, mas testemunhas relataram que já era madrugada de domingo (28) quando a vítima foi baleada.
O outro homem que estava no local, perto da vítima, sai caminhando lentamente após o crime, sem esboçar nenhuma reação. Testemunhas acionaram a Polícia Militar, e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que encaminhou o homem em estado grave para o hospital.
Não há informações oficiais se a vítima e o policial militar se conheciam, quem estava próximo ao local teria relatado à polícia que os dois estavam discutindo sobre uma suposta dívida, mas nada disso foi confirmado. Horas após o crime, no dia seguinte, o policial militar se entregou no comando da PM em Altamira.
Detido temporariamente, o policial militar deve ser transferido para um presídio. Segundo a defesa do PM, a prisão é desnecessária e será questionada.
"A lei autoriza a decretação da prisão temporária quando imprescindível para as investigações no concurso do inquérito policial, nós entendemos que nesse caso especificamente não há a necessidade, há outras possibilidades que não a prisão temporária para o esclarecimento dos fatos.", afirma o advogado Joaquim Freitas Neto.
"Tanto é que o policial militar apresentou-se espontaneamente perante o seu superior hierárquico, colocou-se à disposição para os esclarecimentos dos fatos e apresentou inclusive o seu armamento e as munições que estavam em seu poder."
Até o momento a vítima dos disparos na frente da casa noturna não foi identificada e o estado de saúde não foi divulgado. Segundo a defesa do policial, o cabo Jeovani Marcelo de Araújo Fochesatto tem mais de uma década de atuação na Polícia Militar do Pará, com um comportamento considerado excepcional.
"E repito, a medida processual, a medida cautelar mais gravosa nesse caso se faz desnecessária. A prisão temporária foi decretada com um prazo de 30 dias e nós iremos pedir agora, no decurso, durante a audiência de custódia, a revogação desta medida.", finaliza a defesa.
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