A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar um caso de agressão contra um idoso com deficiência física, em Rurópolis, sudoeste do Pará, que foi registrado no dia 4 de junho. A vítima denunciou ter sido agredida ao tentar embarcar em um ônibus com destino a comunidade Macanã, área rural da cidade de Placas, sudoeste paraense.
Segundo a Polícia Militar, uma ligação foi efetuada para o número de emergência 190 direto do terminal rodoviário em Rurópolis, por volta das 23h20, informando que um idoso estava sendo agredido pelo motorista de um micro-ônibus. Uma guarnição foi deslocada até o terminal rodoviário e conforme o boletim de ocorrências, a vítima estava com vários hematomas, e sendo amparada por populares.
Conforme o relatado pela PM, após as agressões, o motorista do veículo seguiu viagem, mas foi abordado e levado para a delegacia. Com lesões nas mãos e nos pés, o idoso foi encaminhado para atendimento médico e em seguida para a realização do exame de corpo de delito. Após ser liberado ele esteve na delegacia e confirmou à polícia que foi agredido pelo motorista do micro-ônibus e por um funcionário da cooperativa após ter o pedido de gratuidade negado.
O delegado responsável pelo caso, Ariosnaldo Vital Filho informou que um inquérito foi instaurado para apurar o caso e o funcionário da empresa e o motorista já foram ouvidos. Segundo a polícia, os dois declararam que o idoso teve a passagem negada e teria apresentado um surto no veículo, exigindo o bilhete de passagem. Ainda segundo os dois, ao conduzirem o homem para fora do veículo, a porta do micro-ônibus teria emperrado e fechado, prendendo o idoso e ao tentar se soltar, ele acabou caindo do ônibus.
A polícia ainda deve ouvir outras pessoas, testemunhas que estavam no local e presenciaram a cena. No terminal, passageiros teriam relatado que discussões devido à gratuidade são comuns, e que idosos e pessoas portadoras de deficiência têm dificuldade em conseguir reservar bilhetes conforme previsto na lei 10.741/2003, que estabelece o direito à passagem gratuita para pessoas com mais de 65 anos. O inquérito segue e apura se houve descumprimento da lei, abuso por parte dos funcionários da empresa, e atentado contra o estatuto do idoso.