O Maurício e a Clara são moradores da área rural de Brasil Novo, sudoeste do Pará. O casal foi contratado para quebrar os frutos do cacau no período da safra.
O trabalho manual não foi substituído totalmente pela máquina que retira as sementes. Quebra de um lado e colheita de outro. Essa dupla faz a retirada dos frutos maduros é preciso ter habilidade com o podão. Os trabalhadores são diaristas e uma acaba indicando o outro.
O Ronilson Silva, aos 23 anos, diz que aprendeu cedo o trato com a lavoura de cacau. Ele nasceu em uma região que produz por safra 125 mil toneladas de amêndoas.
"Muitas vezes na cidade não tem serviço, as pessoas passam necessidade. E na roça tem mais oportunidade. Basta querer.", afirma o trabalhador rural.
Com o que recebe pelo trabalho na roça de cacau, Ronilson quer dá qualidade de vida para a vó Maria e também ter um dia o próprio pedaço de terra para plantar o fruto.
Só a Transamazônica corresponde a mais de 85% da produção ao nível de estado. Para vocês terem uma ideia, a cada 5 mil pés do fruto, uma família é empregada.
Os chamados meeiros são aqueles que fazem um contrato de parceria com o dono da área, ficam na responsabilidade de cuidar da lavoura, e depois, dividem os lucros. Dados da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (ADEPARÁ) mostram que a cadeia produtiva do cacau é responsável por empregar mais de 60 mil trabalhadores diretos e mais de 240 mil indiretos.
Além da matéria-prima para a fabricação do chocolate, dá para aproveitar a polpa do fruto para fabricação de geleias, licores. Na lavoura, tudo se aproveita, até mesmo as folhas do cacaueiro.
Medicilândia, 45 km de Brasil Novo, é conhecida como a Capital Nacional do Cacau por ser a maior produtora ao nível de Brasil. O Renato é a segunda geração da família que veio do Maranhão ao Pará em busca de terras férteis. Ele cresceu com os pais cacauicultores, mas foi no artesanato que se encontrou.
No ateliê, os chapéus encomendados para o Festival Internacional do Chocolate. Eles são decorados com as folhas desidratadas e também com as amêndoas do cacau. Cada custa em média R$ 130 reais.
Defensor da cultura amazônica, Renato Bezerra cria vestidos temáticos, os preferidos, tem a ver coma Festa do Cacau, evento de Medicilândia, que acontece no mês de agosto. Um dos pontos principais é a escolha da rainha.
Plantar cacau significa contribuir com a economia do país que soma cerca de 18 bilhões pelo valor bruto da produção. É também impactar trabalhadores que driblam o desemprego ou buscam por uma renda extra.
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