Uma cena que chama a atenção, em uma das avenidas mais movimentadas de Altamira, região sudoeste do Pará. Um cachorro de grande porte pesando 60 quilos, sangrando em plena via pública. O animal, de acordo com testemunhas, foi assassinado por um morador do bairro Liberdade, na tarde da última segunda-feira (22).
Ainda de acordo com testemunhas, o proprietário costumava caminhar com o animal nos fins de tarde pela Rua Pedro Vieira, esquina com a Avenida Magalhães Barata. Mas quando o proprietário tentou encurtar a coleira do cachorro da raça pitbull, o animal teria se estressado e atacado o próprio dono.
A partir daí, ainda segundo testemunhas, outra pessoa entra na história: um autônomo, apontado por populares, como o homem que teria se revoltado com a cena e agredido o animal com uma alavanca. Quem estava presenciando tudo, ainda teria tentado intervir na ação, mas ele continuou com os golpes até que o cachorro estivesse morto.
"Ele [a pessoa que agrediu o animal] falou que o dono teria autorizado para ele matar o cachorro, e eu cheguei na hora ele estava batendo o cachorro com uma alavanca, de ferro", afirma uma testemunha que não quis se identificar.
"Eu parei e pedi para ele não fazer isso, que era um absurdo e que era um crime, matar um cachorro em via pública, ainda mais muita gente olhando, e ele falou que achava certo matar o cachorro, ia matar o cachorro"
Em um vídeo gravado por uma testemunha mostra o animal morto no chão, com as marcas da violência. O jornalismo da Vale do Xingu tentou contato com o suposto agressor do animal. Ele ainda estava na propriedade, mas não quis falar sobre o caso.
Com ferimentos nos dois braços, o proprietário foi internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e deve passar por uma cirurgia. A equipe conversou com ele na UPA, sem querer gravar entrevista, ele afirmou não ter autorizado o suspeito de matar o animal que ele cria desde os três meses de vida. Disse ainda que se recupera do trauma também psicológico e rebateu acusações de que o cão teria atacado outro animal.
O pitbull não estaria usando focinheira no passeio que acabou em tragédia. O caso ainda não foi registrado na Seccional Urbana de Altamira. A lei 14.064 de 2020 estabelece pena de reclusão de 2 a 5 anos de prisão, em casos de maus-tratos a cães e gatos e quando ocorre morte, a pena aumenta em até 1/3.
Já a Lei Federal n°. 2.140, de 2011, dispõe a obrigatoriedade do uso da focinheira como regra de segurança para a condução responsável de cães de grande porte, como neste caso ou de raças consideradas perigosas.
Especialistas, como médicos veterinários, chamam à atenção dos tutores para a medida, evitando acidentes em casos de estresse animal ou até mesmo para evitar ataques a cães menores em situação de rua.
"Existem raças que são mais predispostas a acontecer isso, animal que quando se sente ameaçado por outo na rua, tem aquela questão de agressividade de avançar e brigar", explica Amanda Maciel.
Nem todos os cães são dóceis e os ferozes podem também se soltar das coleiras provocando ataques à crianças ou adultos. Por isso, o indicado é usar as focinheiras disponíveis no mercado em diversos tamanhos, modelos e cores.
"A gente tem, que primeiro, ver o tamanho do focinho do animal, tamanho da cabeça, medir para que não fique nem folgada, nem apertada, para que ele [o cachorro] tenha conforto para andar na rua sem nenhum incômodo e que não vá correr o risco dela, possivelmente, sair do lugar, e ele vir a atacar alguém ou atacar outro animal. Ela [focinheira] é mais indicada para animais de porte grande, mas também pode ser utilizado em animais pequenos dependendo do temperamento do animal", finaliza a médica veterinária.
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