Aos poucos as 13 aves foram soltas, nesta quarta-feira (27), em uma área de proteção, distante da Altamira, no sudoeste do Pará. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), as aves silvestres da espécie curió foram apreendidas durante ação de fiscalização na BR-230.
"Foi fiscalizado um carro e se verificou que tinha algumas aves dentro. Foi perguntado para o condutor do veículo se ele tinha as documentações devidas para poder estar transportando, para poder tá de posse daqueles animais silvestres e ele não tinha e com isso, os animais foram apreendidos e encaminhados para o Ibama", explica o PRF, Urbano Moura.
Ao todo 17 aves foram apreendidas, porém, durante a abordagem, a PRF identificou que algumas não resistiram e morreram durante o trajeto do motorista. O condutor assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Segundo a lei brasileira, manter animais silvestres em cativeiro sem licença é considerado um crime ambiental.
A soltura foi acompanhada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Segundo a PRF, o condutor informou que havia saído do estado do Maranhão e seguiu até ser abordado em Altamira. Após a apreensão, os curiós passaram por exames com o médico veterinário, Welison Carvalho, que verificou o estado de saúde dos animais.
"A gente encontrou muitas aves debilitadas, devido ao processo de transporte que elas sofreram e a gente fez um trabalho de reabilitação, fizemos suplementação, trabalho de nutrição, infelizmente algumas aves vieram a óbito por conta do estresse da viagem, elas são transportadas em gaiolas minúsculas para passar nas fiscalizações sem serem pegos", pontua Carvalho.
A escolha do local para a soltura das aves considerou ainda a temperatura. Próximo ao local onde as aves foram devolvidas à floresta há igarapés que podem auxiliar os animais a enfrentarem o calor excessivo. As gaiolas também foram destruídas após o processo de soltura. A pena para quem mata, persegue, caça ou apanha espécies nativas sem a permissão é detenção de seis meses a um ano e multa.
"E até que sirva de exemplo para outras pessoas que os animais não foram criados para estar preso e sim para estar solto e não dentro de uma gaiola. Se a gente for fazer um paralelo com um ser humano, quem gosta de tá preso?", finaliza Urbano Moura.