Augusto Duarte, de 21 anos, pegou 42 anos, 11 meses e um dia de prisão. A sentença saiu após um julgamento longo de um dos casos que mais chocaram a população altamirense. O pai foi acusado de matar e estuprar a própria filha de 3 anos, a pequena Ângela Maria.
13 de outubro de 2020, no bairro Jatobá, em Altamira, no sudoeste do Pará. Uma menina encontrada morta e com sinais de violência sexual. Sessenta dias depois, acontece a prisão de Augusto, que primeiro sustentou que a menina teria sido morta por uma terceira pessoa. Mas a perícia identificou que naquela noite ele teria tirado a criança da rede e cometido o crime.
O corpo dela foi encontrado pelo tio, em um terreno nas proximidades da casa onde a família estava, com um ferimento na cabeça. O investigado, que já tinha passagens por roubo, ainda chegou a carregar o caixão da filha e demonstrava interesse em justiça.
Mas o inquérito policial mostrou que o principal acusado tentou quebrar o celular para evitar que os investigadores tivessem acesso aos conteúdos que ele pesquisa com títulos de pornografia infantil. Três anos depois, o principal acusado passou por julgamento e recebeu a pena por estupro de vulnerável e homicídio qualificado.
Dessa vez, segundo testemunhas, sem demonstrar sentimentos durante a audiência. Augusto não poderá recorrer pela pena em liberdade e deve cumpri-la em regime fechado no Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu.
Ângela Maria era a primeira filha e neta. A menina amava a polícia e foi uma das vítimas de crimes hediondos em plena pandemia do novo coronavírus. Naquele ano, no Brasil, foram mais de 95 mil denúncias de violência contra crianças e adolescentes, sendo que mais de 9 mil correspondiam a abuso sexual.
A condenação foi recebia como alívio por testemunhas e principalmente pela mãe da pequena, que tenta recomeçar a vida longe de onde o crime foi registrado.