No meio da mata a polícia encontrou valas gigantes, escavações utilizadas pelos garimpeiros ilegais para explorar ouro dentro da Terra Indígena Ituna Itatá. A operação foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (29), por agentes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ibama, para coibir a exploração ilegsal de ouro dentro da área de proteção.
De acordo com o comando da operação, com a chegada das equipes de fiscalização, um grupo que estava em atividade no local, fugiu, e ninguém foi identificado. A área explorada foi desmatada, e estava sendo utilizada por garimpeiros ilegais, que mantinham barracos escondidos dentro da mata, e utilizavam maquinários para abrir caminho para novas valas de exploração.
A polícia ainda não informou o tamanho do prejuízo provocado pela atividade ilegal. O clarão na mata é gigantesco e há indícios de contaminação do terreno por metais pesados. Os responsáveis pelo garimpo ilegal seguem sendo investigados até que a polícia chegeu aos verdadeiros donos dos maquinários e da lavra de ouro aberta dentro da terra indígena.
Vários equipamentos foram destruídos durante a operação. De acordo com a polícia, a medida foi tomada para evitar que a exploração fosse retomada após a saída dos agentes da área.
O lucro obtido com a exploração ilegal ainda não foi confirmado, mas o prejuízo causado com a destruição dos equipamentos ultrapassa R$1 milhão de reais. De acordo com a PF, a operação na TI Ituna-Itatá é parte de um esforço mais amplo do Brasil para enfrentar os desafios ambientais e proteger os direitos das populações indígenas, assegurando a preservação de suas terras e culturas para as gerações futuras. Localizada entre os municípios de Altamira e Senador José Porfírio, a TI é alvo de invasões desde 2014, mas desde agosto deste ano, órgãos federais atuam na Operação Eraha Tapiro, para a retirada dos não índios e do gado criado de forma irregular na região. Na língua Assurini, Eraha Tapiro quer dizer “Levar o boi”. O clima na região segue tenso desde o início da operação.