O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, de 51 anos, utilizou suas redes sociais para compartilhar um vídeo ao lado de sua família, após ser resgatado de um cativeiro. Na postagem divulgada na madrugada desta terça-feira (19), o ex-jogador aparece ao lado da família, agradecido por estar em casa, e menciona o apoio que recebeu dos fãs.
"Que bom estar de volta, em casa, ao lado das pessoas que realmente amamos. Toda a minha família está aqui, me esperando, torcendo por mim. Lucas, meu neto; Lucas, meu filho; Matheus, meu filho; Marcella, minha filha; minha netinha Luize; meu genro querido Gabriel; minha norinha querida Carol.", disse.
Marcelinho também mencionou a mulher com a qual apareceu no vídeo que viralizou, no qual afirmava ter sido sequestrado pelo marido dela, após envolver-se com ela sem saber que era casada.
"Não estou apenas feliz, mas muitas pessoas que torcem por mim também estão. Agradeço a Deus pela minha vida e pela vida da minha amiga Taís, que agora está ao lado de seus dois filhos e das pessoas que a amam. Ela é uma mulher digna, correta. Por falar nisso, me perguntaram: 'E aquele vídeo em que você disse ter descoberto depois que a mulher é casada, e que o marido dela foi atrás de você para te sequestrar?'.", explicou.
Em seguida, o ex-atleta revela o motivo de ter gravado o vídeo. Ele disse que foi obrigado a falar que teria se envolvido com uma mulher casada e revelou ainda que estava com uma arma apontada para a cabeça.
"Pessoal, se você está com um revólver apontado para sua cabeça e é coagido a fazer um vídeo daquele tipo, não tem como. Você vai pensar na sua vida. Fui obrigado a fazer aquele vídeo, só que não colou", relatou.
"Eu fui ao show da Neo Química Arena com um casal de amigos, apenas nós três, e saí de lá sozinho. Fui encontrar os amigos e Thais em Itaquá para entregar os ingressos para o show de domingo, onde eu não poderia estar presente, e eles iriam. Só que aconteceu toda essa fatalidade, esse desespero, esse sequestro relâmpago.", complementou.
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No vídeo compartilhado, Marcelinho conta como foi abordado. "Duas, três ruas acima, naquele baile funk, no fluxo, passando várias pessoas, quando eu saí para cumprimentar todo mundo, já vieram três armados e tudo, já desesperados, já colocando pessoas dentro do carro. Uma terceira pessoa quase entrou e saiu, mas aí tudo o que aconteceu dentro do cativeiro, desesperador...", disse, sem dar mais detalhes do que aconteceu enquanto era feito refém.
Ao final do vídeo, Marcelinho agradece novamente por ele e a amiga estarem em casa, criticando os veículos de comunicação pela cobertura sensacionalista do caso. "Mas Deus nos deu a segunda oportunidade, e o mais importante é que estou aqui ao lado dos meus filhos. O fundamental é que Taís está em casa com a família dela. Agradeço pelas orações, pela torcida e por todo o carinho. O papel do jornalista é apurar os fatos antes de falar. Muitas falácias na internet, estou aqui contando exatamente o que aconteceu.".
Marcelinho Carioca foi sequestrado durante a madrugada do último domingo (17) após sair do show do cantor Thiaguinho no Estádio do Corinthians, a Neo Química Arena. Ele dirigiu até Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, para entregar ingressos para uma amiga.
Ele foi mantido em cativeiro junto com a amiga por mais de 36 horas, em uma casa em Itaquaquecetuba, e foi resgatado pela Polícia Militar no início da tarde de segunda (18). A polícia não informou se a mulher foi levada junto com Marcelinho pelos sequestradores, mas, de acordo com o relato do ex-atleta, ela foi vítima junto com ele.
Antes de ser liberto, o ex-atleta foi obrigado a gravar o vídeo no qual dizia ter se envolvido com uma mulher casada. A mulher em questão era Taís Moreira, amiga de Marcelinho, que também aparece ao lado dele no registro feito pelos criminosos. Após depoimentos para a polícia durante uma entrevista coletiva, Marcelinho afirmou que o que ele disse no vídeo gravado dentro do cativeiro não é real.
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A polícia chegou ao cativeiro após denúncias anônimas de que um possível casal estaria sendo mantido refém. Os agentes entraram no local informado, mas inicialmente não encontraram nada na casa.
Havia um corredor que ligava a outro imóvel, onde foram encontradas duas mulheres. Os policiais avistaram uma escada no último cômodo no imóvel, por onde subiram e encontraram Marcelinho com um pano na cabeça, sendo resgatado e encaminhado para a base da Divisão Antissequestro (DAS), no Centro de São Paulo.
Segundo a polícia, seis pessoas foram levadas para a delegacia. Uma delas seria ouvida como testemunha, e as outras cinco foram presas em flagrante por envolvimento no crime. Mais suspeitos são procurados pela polícia. Segundo o Metrópoles, a família do ex-jogador chegou a pagar R$ 42 mil aos sequestradores. O crime de sequestro e cárcere privado está sendo investigado pela polícia.
"Como se trata de um crime de extorsão, foi exigido por parte dos sequestradores e efetuadas transferências via PIX. A polícia partiu para os primeiros suspeitos que receberam os PIX.", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.
Foram duas transferências realizadas, no domingo (17), no dia em que Marcelinho foi sequestrado, e na segunda-feira (18), no dia da libertação. De acordo com a Polícia Militar, a primeira quantia foi de R$ 30 mil, e a segunda, de R$ 12 mil. Os sequestradores chegaram a ligar para a família pedindo mais dinheiro, mas antes que uma terceira transferência.
Para Paulo Piilz, diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE), a escolha de Marcelinho Carioca pode ter sido um crime de oportunidade. "O carro era chamativo, e eles foram para cima. Só depois perceberam que era o Marcelinho", afirmou.
Taís Moreira, é a amiga de Marcelinho, e a mulher que aparece com ele no vídeo gravado no cativeiro e que viralizou nas redes sociais. Marcelinho afirma que ela trabalhou na Secretaria de Esportes de Itaquaquecetuba, onde ele foi secretário. No vídeo, que ele diz ter sido gravado com uma arma apontada para a cabeça, Marcelinho foi obrigado a afirmar que tinha saído com ela, que seria casada, e que o marido dela a sequestrou.