Após se entregar à polícia, produtor rural consegue liberdade em Medicilândia, sudoeste do Pará. Anderson Piovezan passou 100 dias na prisão, mas agora está em liberdade e tentando retomar sua vida.
"Foi concedida a liberdade provisória dele ontem, ele vai ter que comparecer bimestralmente ao juiz e vai tentar levar sua vida normal, porque o fato que aconteceu foi uma coisa inevitável. Ele realmente não justifica o que aconteceu, mas ele ceifou a vida do Francisco Ednaldo porque o Francisco já havia tentado contra a vida dele, anos atrás, e contra a vida do pai dele.", afirma o advogado de defesa, Rubens Barros.
O crime aconteceu na madrugada do dia 3 de setembro de 2023, em um bar na área rural de Medicilândia, Anderson estava no local e pouco tempo depois Francisco Ednaldo apareceu. Testemunhas relataram à polícia que Francisco se aproximou de Anderson e passou a incitá-lo, a situação incomodou Anderson que se levantou e saiu do local, mas pouco tempo depois retornou armado com uma espingarda e atirou duas vezes em Francisco.
Testemunhas registraram o momento em que a vítima estava ferida, no chão, sendo amparada por um homem, que depois se identificou como tio de Francisco. Apesar da tentativa de salvar sua vida, não houve tempo de acionar o resgate, ele não resistiu aos ferimentos e morreu. A motivação do crime seria uma desavença antiga, e as constantes ameaças feitas por Francisco.
"O Francisco Ednaldo tornou ameaçar que iria terminar o serviço que não tinha terminado. Então ele se viu em uma situação de ou mata, ou morre. Foi o que aconteceu, foi uma fatalidade, ele está muito arrependido, ele ficou um tempo fora de Medicilândia, ele não estava foragido, desde o primeiro dia nós estávamos em contato com a polícia e tudo, mas posteriormente ele resolveu se entregar, ele mesmo resolveu se entregar.", explica o advogado.
Segundo a defesa de Anderson, os dois não se viam há cerca de 10 anos. Naquela época, Francisco era mais jovem e atacou Anderson e seu pai. Desse encontro violento, Anderson carrega marcas pelo corpo até hoje, ferimentos que por pouco não resultaram em sua morte.
"Esse rapaz tentou contra a vida dele, do pai, o Anderson tem cicatriz pelo corpo todo. Ele cortou ele, cortou o pai, e isso tinha se passado. Esse rapaz ia a júri no dia 14 de setembro, se eu não me engano, e esse fato aconteceu no dia 3 ou dia 4 de setembro, porque esse cara voltou pra vim por júri e foi conversar com o Anderson, o Anderson não via ele há 10 anos, e aí foi falar pro Anderson que voltou pra concluir o que ele tinha feito.", finaliza Rubens Barros.