Nesta sexta-feira, 21, o abrigo de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar do Baixo Amazonas celebra 12 anos de atendimento e acolhimento a famílias da região oeste do Pará.
O espaço, mantido pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), funciona em Santarém como um refúgio às vítimas e tem o objetivo de garantir a proteção integral e acolhimento provisório para mulheres adultas, acompanhadas ou não de seus filhos menores, que estejam em situação de risco de morte ou ameaças em razão de violência doméstica e familiar.
Ao longo desses 12 anos, o abrigo do Baixo Amazonas já recebeu 248 mulheres e 420 crianças e adolescentes. “A porta de entrada para o abrigo é a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), com o registro do Boletim de Ocorrência. São os profissionais da delegacia que verificam se a mulher precisa do abrigamento porque não tem parentes na cidade, ou mesmo que tenha, mas não se sente segura devido o agressor ser violento. E a partir daí, nós fazemos o acolhimento dessa vítima”, explicou a gerente do abrigo de mulheres do Baixo Amazonas, Rosileide Lima.
O abrigo tem capacidade de receber até 20 pessoas simultaneamente e conta com centrais de ar, guarda-roupas, sofás, televisões, cadeiras, mesas, armários, camas e outros móveis, aparelhos e utensílios para o conforto dos acolhidos.
Em sua estadia, a mulher também conta com apoio da equipe para o recomeço da vida dela e dos filhos. “Temos parcerias que garantem a essas mulheres tratamento odontológico, cesta básica na saída dela do abrigo, fazemos as tratativas para o aluguel social para aquelas que precisam. Tiramos RG, primeira ou segunda via, atualização do Bolsa Família, além de cursos profissionalizantes para que ela possa buscar uma nova fonte de renda. A nossa equipe busca de todas as formas ajudar nas necessidades das acolhidas, para que elas comecem uma vida nova com uma nova visão”, destacou a gerente do espaço.
“Eu cheguei aqui em um momento muito difícil da minha vida. Cheguei depressiva, com medo, fragilizada. Mas vim para cá e fui muito bem recebida. Conversaram comigo e me trataram até melhor do que a minha família real. Acho muito importante o trabalho delas. Fico até triste de sair, mas sei que tenho uma vida lá fora me esperando e sou muito grata a todas elas. Saio uma outra mulher, com sonhos e objetivos muito diferentes da que entrou”, comemorou.
O abrigo de mulheres em Santarém continua com seu trabalho de receber essas famílias e realiza um atendimento personalizado e articulado com a rede de serviços socioassistenciais, para garantir os direitos e a qualidade de vida das acolhidas.
Serviço -Além de Santarém, a Seaster também mantém mais abrigos em Belém, Altamira e Marabá. A demanda prioritária é constituída por mulheres oriundas de municípios onde não há cobertura de abrigos desta natureza.
Os espaços incentivam o empoderamento feminino, o fortalecimento da autoestima e o exercício da cidadania destas mulheres. Mediante às necessidades, a Seaster ainda viabiliza a compra de passagens intermunicipais e interestaduais. A Secretaria reitera que os órgãos de segurança pública disponibilizam, em casos de violência doméstica, o disque 180.