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Capacitações no PCT Guamá contribuem para a formação de cientistas na Amazônia
O Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade, responsável pela oferta de conhecimentos, atua em rede com laboratórios de vários estados e outros...
09/07/2024 15h04
Por: Redação Fonte: Secom Pará

Identificar possíveis impactos à saúde e ao meio ambiente gerados pelo uso de defensivos agrícolas foi um dos objetivos de uma pesquisa de doutorado, realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa). Para aprimorar uma técnica essencial aos estudos, a pesquisadora Ilze Caroline Gois Braga Pedroso participou de um treinamento intensivo no Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade (Ceabio/UFPA), situado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém. O Ceabio/UFPA, instalado no PCT Guamá, investe na expansão do conhecimento científico

“É gratificante ter tido a oportunidade de participar de um treinamento tão relevante à ciência e aos debates gerais sobre exposição de indivíduos a agrotóxicos em um Parque de Ciência e Tecnologia”, disse a pesquisadora.

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O treinamento sobre a técnica de cultivo de linfócitos, célula de defesa do organismo, é essencial para o aperfeiçoamento da análise de biomarcadores, que são parâmetros científicos para visualizar o efeito de um potencial risco ao organismo-alvo. O método ensinado no Ceabio possibilita a verificação de anormalidades nos núcleos celulares e a verificação do crescimento de células cancerígenas em indivíduos com potencial exposição a agrotóxicos.

Conhecimento em rede -Instalado no PCT Guamá, o Ceabio possui laboratórios equipados com tecnologia de ponta e especializados em análise celular, cultura celular, análise cromossômica, estudos ambientais e ecotoxicidade, sendo referência em pintura cromossômica na Amazônia, uma técnica que utiliza sondas de DNA marcadas com moléculas que emitem luz diante de uma fonte específica, e permite a identificação e marcação de cromossomos nas células.

Coordenador Julio Pieczarka: Centro oferece novo aprendizadoJulio Pieczarka, coordenador do Centro, explicou que o espaço atua em rede com outros laboratórios localizados em vários estados do Brasil e outros países. Os treinamentos oferecidos têm como principal objetivo a produção de conhecimento, e resultam de parcerias entre pesquisadores. “Muitas vezes os colegas de outras instituições enviam seus alunos para cá, para serem treinados em algum tipo de trabalho que eles estão desenvolvendo, já que nosso Centro oferece tecnologia suficiente para essas capacitações. Recentemente, recebemos também alunos do Rio de Janeiro e Tocantins, que foram capacitados e retornaram para suas universidades com um novo aprendizado”, informou Julio Pieczarka.

As capacitações são atividades práticas realizadas no Ceabio, onde um pesquisador acompanha a rotina de doutorandos e pós-doutorandos, aprendendo novas técnicas para aplicá-las ao longo da estadia, com a supervisão de um membro do laboratório. A duração depende da metodologia utilizada no treinamento.Para técnicas mais simples, a extensão é de uma semana. Já técnicas complexas, que exigem testes diversos, variam entre 15 dias a dois meses. Desde o retorno das atividades do Centro, em 2022, dez pesquisadores participram de capacitações.

Multiplicadores- A iniciativa auxilia na formação de novos cientistas na Amazônia, contribuindo para o avanço técnico na região e a colaboração em rede entre pesquisadores. “A formação de pessoas é importante porque essas pessoas são multiplicadoras, e irão transformar outras pessoas. Nós não fazemos ciência pela ciência; nós fazemos ciência com foco no desenvolvimento local, para ajudar o desenvolvimento social e a melhoria da qualidade de vida da sociedade em função da ciência”, ressaltou o coordenador do Centro.

Foi a crescente expansão do cultivo de soja nos municípios paraenses de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, na região Oeste, que motivou a pesquisa sobre os danos à saúde e ao meio ambiente, provocados por produtos usados no controle de seres vivos nocivos ao homem e às plantações.

Para a professora Cleusa Nagamachi, pesquisadora do Ceabio e orientadora do trabalho, a capacitação é essencial para a difusão de conhecimentos científicos entre universidades. “A aluna precisava desse conhecimento para dar continuidade à pesquisa, mas em Santarém esse treinamento ainda não é oferecido. A ideia é que, ao voltar para a Ufopa, ela consiga repassar o conhecimento e utilizar as técnicas aprendidas nos laboratórios de lá”, disse a professora.

Inovação na Amazônia -O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), e conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). A gestão do espaço cabe à Fundação Guamá.

É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação na região Norte do Brasil, e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.
Situado em uma área de 72 hectares, entre os campi das duas universidades parceiras, o PCT Guamá conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente no Parque), mais de 60 associadas (vinculadas ao Parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, e com unidades do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher. Também é referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém.

Membro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) e da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (Iasp), o PCT Guamá faz parte do maior ecossistema de inovação do mundo.

Serviço: Pesquisadores interessados em participar de capacitações no Ceabio podem entrar em contato pelos números (91) 3201-7142 / (91) 99144-6438, e pelos endereços de e-mail juliopieczarka@gmail.com / julio@ufpa.br.