Alternativas para o descarte irregular de resíduos em Belém e o racismo ambiental foram temas sociais expostos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), nesta quinta-feira (11), no estande do órgão público na 76ª Reunião Anual da SBPC, que acontece na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém. Os trabalhos foram apresentados por alunos da Escola de Ensino Técnico do Pará (EETEPA) Francisco Nunes, localizada no bairro da Marambaia, capital paraense.
"O nosso objetivo é dar uma alternativa para o descarte desses resíduos orgânicos que infelizmente acabam, muitas vezes, nos rios ou nos canais da nossa cidade. O Ecovaso é feito de fibra e caroços de açaí e tem o propósito de substituir os vasos de plástico e tornar o mundo mais sustentável", disse Clarice Rosário, aluna da EETEPA Francisco Nunes e uma das autoras do projeto “Ecovasos Com Caroços de Açaí: Uma Alternativa Para o Descarte Irregular de Resíduos em Belém-Pará”.
O trabalho visa promover a destinação correta das sementes de Açaí. Os Ecovasos podem ser usados como insumos biológicos em plantas, embalagens ecológicas que servem de substratos quando decompostas no solo, além de não deformar as raízes das plantas.
"Esse trabalho tem um significado muito grande futuramente, até porque nossa cidade é uma grande produtora de açaí e esse é um problema muito grande enfrentado na capital. Nosso propósito é tentar amenizar”. Complementa Clarisse.
A iniciativa foi muito bem recebida por quem visitou o expositor da Sectet, como o caso do universitário Caio Rodrigues. "Eu achei muito interessante o vaso de caroço de açaí, porque é algo muito ecológico, que pode ajudar as comunidades, principalmente as mais marginalizadas e isoladas, e ainda pode salvar o nosso meio ambiente, porém, muitos não sabem disso. Esse evento está ajudando a gente a entender como solucionar essas problemáticas”.
“Nos usamos ferramentas tecnológicas como forma pedagógica, fazendo visitas em campo para dar uma resposta a população que não é ouvida, que não tem acesso a essas tecnológicas. Então, foi através desses aplicativos que pudemos situá-los sobre a situação social em que eles se encontram, para que eles se localizem e tenham o senso de pertencimento, porque, muitas vezes, eles mesmo acabam causando isso, por não terem educação ambiental suficiente. Então a gente trabalha para que eles tenham essa consciência de onde jogar o resíduo”, reforça Viviane Fortunato, umas das autoras da pesquisa.