ALTAMIRA FALTA DE LEITO
Hospital Regional Público da Transamazônica só tem 97 leitos para atender 9 cidades do Xingu
O debate voltou à tona após morte de servidor público no final de semana
13/01/2025 14h04
Por: Redação Fonte: Com informações Confirma Notícia

A saúde pública na região do Xingu voltou a ser tema de debate após a morte de Luiz Farias, de 67 anos. Servidor público aposentado, ele esperou quatro dias por uma transferência da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para o Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, onde morreu no dia seguinte sem iniciar o tratamento para a suspeita de cirrose hepática.

Transferência só aconteceu após denúncia

A transferência só aconteceu depois que a família denunciou a Vale do Xingu. Ele trabalhou por 20 anos como eletricista no Departamento de Iluminação Pública de Altamira.

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"Quero agradecer todos que se empenharam para ajudar", disse um dos filhos.

No Instagram da Vale do Xingu, muitas pessoas comentaram sobre a situação da saúde pública na região e denunciaram essa longa espera. Essa internauta comentou que a mãe ficou 15 dias na UPA, a família entrou na justiça para conseguir vaga no regional e quando saiu, a paciente ficou 3 dias internada e morreu, já essa outra disse que a mãe morreu da mesma doença e passou trinta dias em outra unidade até ser transferida para o HRPT, mas também não resistiu.

Insuficiência de leitos no HRPT

O HRPT, inaugurado em 2007, atende nove cidades da região do Xingu, que juntas somam mais de 380 mil habitantes. A unidade possui apenas 97 leitos, dos quais nove são destinados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto. Há ainda cinco leitos de UTI pediátrica e outros cinco de UTI neonatal. Entre as cidades atendidas estão:

Em 2019, o governo do estado chegou a anunciar que o número de leitos passaria de 97 para 220 vagas. Mas até agora, a disponibilidade no regional é a mesma. Nós questionamos a Secretaria de Saúde Pública do Estado do Pará se haveria um plano emergencial para garantir atendimento aos moradores do Xingu no mesmo dia em que contamos a história do seu Luiz, mas a SESPA não respondeu essa pergunta mencionando apenas que o leito para o paciente estava sendo providenciado.

Falta de estrutura agrava a situação

A crise se estende também às unidades de média e baixa complexidade. Um dos desafios também é o número de leitos no município de Altamira. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que deveria receber o paciente de urgência e emergência e encaminhar para outras unidades de média e alta complexidade só tem 20 Leitos. Como o regional não tem vaga, a upa fica com os pacientes até a liberação de vagas, isso demora dias. Já o HGA tem disponibilidade para atender 114 Pacientes. O prefeito de Altamira, declarou que pretende reunir os prefeitos das cidades atendidas pelo HRPT para discutir soluções.