O último registro em vida de Thiago de Sousa e Silva mostra o motoboy ao lado da esposa e do filho Salatiel, com quem tinha um forte vínculo. Após mais de sete meses aguardando por um leito, Thiago morreu, deixando a família desamparada. A esposa, Márcia Borges, recebeu a notícia logo após retornar para casa, depois de passar a noite no hospital acompanhando o marido.
"Foi um choque muito grande ter perdido o meu marido da forma que perdi. Foram sete meses com a minha sogra correndo atrás de um leito para ele, indo para Belém e voltando pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD), e ninguém resolveu nada. Agora estou desamparada. Meu marido era o meu alicerce, ele era o muro da minha casa e tudo desmoronou. Eu vou querer justiça", desabafou Márcia.
Thiago foi transferido da Unidade de Pronto Atendimento para o Hospital Geral de Altamira no dia 2 de janeiro, por volta das 14h, após a equipe de reportagem entrar em contato com a assessoria de comunicação do hospital. Durante a madrugada, sofreu uma parada cardiorrespiratória e precisou ser reanimado por 15 minutos antes de ser entubado. No dia seguinte, por volta das 13h, ele não resistiu e faleceu na sala vermelha da unidade.
A luta de Márcia agora é para que o filho receba algum tipo de benefício, já que Thiago era o principal responsável pelo sustento da família.
Thiago foi diagnosticado com cardiopatia há mais de um ano e aguardava, desde julho do ano passado, ser chamado para uma terceira cirurgia. Ele deveria ter sido transferido para um hospital particular em Belém por meio do TFD, mas o procedimento nunca aconteceu.
"Desde julho, quando ele foi para Belém, o médico já tinha avisado que o coração dele estava muito grande", relatou Tereza Silva, familiar de Thiago.
Além da perda do marido, Márcia enfrenta dificuldades para cuidar do filho Salatiel, de quatro anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Devido às necessidades específicas da criança, Márcia não consegue trabalhar. Os medicamentos de Salatiel custam, em média, mais de R$ 200 por mês, e a família luta há mais de dois anos para obter um benefício assistencial, sem sucesso.
"Ele já tem o laudo há mais de dois anos, e corremos atrás de um benefício, mas nunca conseguimos. E agora, como eu vou fazer?", questiona Márcia.
Diante da situação, a família pede justiça pela morte de Thiago e busca apoio para garantir um futuro digno para Salatiel.
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