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Cultura da pajelança no arquipélago do Marajó é resgatada em biografia lançada pela editora da Ioepa

O lançamento da biografia “Pajé Zé Piranha” – Histórias de cura e encantaria no Marajó”, de  Max Silva do Espírito Santo e Ailton Silva Favacho, foi um dos momentos marcantes no último dia de atividades no estande da Imprensa Oficial do...

06/12/2021 16h05 Atualizada há 3 anos
Por: Redação Fonte: Secom Pará
Foto: Reprodução/Secom Pará
Foto: Reprodução/Secom Pará

O lançamento da biografia “Pajé Zé Piranha” – Histórias de cura e encantaria no Marajó”, de  Max Silva do Espírito Santo e Ailton Silva Favacho, foi um dos momentos marcantes no último dia de atividades no estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), no domingo (05), durante a realização da 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro, na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho. Os autores Max Silva do Espírito Santo e Ailton Silva Favacho autografaram os exemplares impressos pela Editora Pública Dalcídio Jurandir Ioepa, em uma concorrida tarde de autógrafos no estande da Ioepa. 

O professor e neto do pajé Zé Piranha, Max Espírito Santo, contou que tinha 14 anos quando o avô morreu e que ainda não entendia a importância da missão do pajé. Apenas quando se tornou professor ele entendeu o legado do avô e percebeu que tinha uma missão e uma obrigação em resgatar a memória do pajé. “Eu tinha uma obrigação em divulgar o trabalho do meu avô para que as pessoas não se esquecessem completamente dele e para que outros conhecessem tudo o que ele fez”, disse Max do espírito Santo.

Ele ressaltou ainda a parceria com Ailton Favacho na feitura do livro. “Sem ele essa obra não teria sido feita”, disse Max. Ailton Favacho informou que o livro possui 19 narrativas contadas por 35 pessoas que tiveram contato com a pajelança de Zé Piranha. “Os relatos muitas vezes dão conta de que várias pessoas estavam desenganadas pelos médicos, mas que foram salvas pelo pajé Zé Piranha”, relatou Favacho.

O livro foi um dos sucessos de venda da editora mesmo antes do lançamento na Feira do Livro devido ao interesse despertado na população marajoara. A obra já teve um lançamento no arquipélago do Marajó e terá ainda outros dois lançamentos: mais um no Marajó, no próximo dia 18 de dezembro; e outro na cidade de Macapá, capital do Amapá, em janeiro de 2022.

Magia e religiosidade- Para Jorge Panzera, presidente da Ioepa, as páginas da obra estão cheias de magia e religiosidade acerca da pajelança marajoara. “A cultura da pajelança no arquipélago do Marajó é resgatada nesta obra, que traz as histórias das 21 pessoas que tiveram contato em vida com o pajé Zé Piranha. Elas revelam o cotidiano desse homem, falam das manifestações espirituais, visões e curas feitas pelo pajé nascido no arquipélago marajoara. A Ioepa mais uma vez reafirma seu papel de apoio, fomento e divulgação da literatura e da cultura paraense”, avaliou.

José do Espírito Santo, o Zé Piranha, nasceu em 15 de junho de 1921, na Fazenda São José, em Mangueiras, um quilombo em Salvaterra e faleceu em 29 de maio de 1999, aos 78 anos. Aos sete anos de idade, quando morava no quilombo Mucura, já sentia muitos desmaios, o que indicava os primeiros sinais do dom da pajelança. Mais velho e já muito incomodado com a presença cada vez maior da pajelança na sua vida, decidiu que iria morar em Soure por acreditar que naquela cidade a polícia iria “prender” os guias (encantados) que o acompanhavam.

O trabalho de construção das memórias do pajé Zé Piranha teve início em setembro de 2019, quando o professor Max Silva do Espírito Santo decidiu escrever o livro. Todas as pesquisas e entrevistas foram divididas com o escritor Ailton Silva Favacho, responsável também pelas apresentações dos personagens na literatura de cordel, que enriquecem a história de vida do pajé Zé Piranha. “Nós, da Ioepa, temos a satisfação de participado do processo de criação dessa história e mostrar ao mundo o valor de uma pessoa como Zé Piranha”, avaliou Moisés Alves, editor e coordenador da editora da Ioepa. Moisés Alves ressaltou que o livro foi um dos sucessos de venda da Feira do Livro deste ano.

Texto: Ailson Braga

Por Valéria Nascimento (SECOM)
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