A Polícia Militar instaurou um inquérito para investigar a morte do cabo Clenilson da Silva Mota, apontado como responsável pela execução do empresário, Erisvaldo Moura Franco, dentro de um bar lotado em Altamira.
Ele teve uma parada cardíaca e morreu na tarde de sábado (19) ao ser transferido de avião para Belém. O corpo dele foi enterrado nesta segunda-feira (21).
“O tenente coronel Barros seguiu até Belém para montar equipe de investigação e tomar as providências, já que foi onde ocorreu o fato, e também para obter a documentação oficial sobre a morte. Depois ele vai retornar para Altamira onde deve dar andamento. As evidências devem ser apresentadas no término desse inquérito“, explica coronel Henrique Pereira, do Comando de Policiamento Regional VIII. No domingo (13), o policial de 37 anos foi
flagrado por câmera de monitoramento de um bar atirando no empresário. A vítima morreu no local. Mas depois de atirar, ao tentar fugir, o cabo Mota foi baleado por um outro policial à paisana que estava no bar.
Ferido, o cabo da PM foi autuado em flagrante pela morte do empresário, mas ficou dias internado em consequência dos tiros, e recebeu alta na quinta-feira (17) do Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira.
Depois da alta, ele foi então transferido para o Centro de Recuperação Regional de Vitória do Xingu, sudoeste do estado, distante 48,4 km de Altamira.
Em seguida, foi levado no sábado (19) em voo de Altamira para Belém, onde seria custodiado no presídio Anastácio das Neves.
O transporte estava sendo acompanhado por 5 oficiais da PM e um enfermeiro do sistema carcerário. Após passar mal, ele ainda chegou a ser levado para um hospital particular, mas não resistiu.
O corpo do policial chegou à Altamira no domingo (20), por volta das 16h. Familiares e colegas da corporação estavam no aeroporto da cidade e acompanham o traslado até o local do velório.
Para o advogado de defesa do cabo militar, Joaquim Freitas Neto, ainda faltam pontos a esclarecer sobre a morte, já que não houve segundo ele comunicação por parte do sistema penitenciário.
“Que tipo de profissionais foram disponibilizados para atender o policial militar? Ele teve assistência familiar nesse momento? Por que não comunicaram o advogado? A defesa nunca foi informada da transferência dele do Hospital Regional para o Centro de Recuperação de Vitória do Xingu, e muito menos da sua transferência para Belém“, afirma.
O advogado também questiona “quais foram os critérios técnicos para fazer a transferência? Qual o critério do médico que autorizou o transporte sem necessidade de UTI, como consta em documento? Então vamos buscar essas explicações em nome da família e de policiais militares que ficaram revoltados com tudo isso”.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) disse que a transferência seguiu todos os protocolos de segurança e de resguardo, conforme laudo médico do hospital de Altamira autorizando o procedimento.
A Seap também afirmou que prestou a assessoria para a família de Clenilson.
Fonte: G1 PA
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