Seu Argentino Cardoso reuniu os filhos para vacinar pela última vez o rebanho contra a febre aftosa. Foi um dia histórico na Fazenda Canaã que fica em Brasil Novo, na região sudoeste do Pará. O Momento Agro é um oferecimento do Auto Posto Maverick - Sempre perto de você, Sicredi - Não é só dinheiro. É ter com quem contar, e Intergrãos - Insumos e produtos agropecuários.
"Para nós, produtores rurais, isso representa uma conquista para os pecuaristas paraenses e facilita muito o manejo do gado. Na época da vacina tem o estresse, às vezes em época de chuva e dificulta por conta da lama.", conta o pecuarista.
O Pará é o segundo estado do Brasil com o maior rebanho. São mais de 26 milhões de cabeças de gado. Ficando atrás somente do Mato Grosso que tem mais de 32 milhões de bovinos. Com o fim da obrigatoriedade, além do tempo, se economiza a compra dos imunizantes.
O produtor rural economizará R$ 4 mil reais ao ano com o rebanho de 800 bovinos. O pecuarista se preparou para o momento. O curral coberto é um dos tantos investimentos na propriedade que trabalha com gado de corte da raça nelore.
Com a suspensão da vacina, a expectativa é de que os animais sejam comprados de frigoríficos que abastecem países que cobram o status livre de vacinação para a aftosa e que o lucro cresça em mais de 50%.
"Isso com certeza vai abrir novas portas. A questão da exportação vai melhorar a venda do gado.", afirma Argentino Cardoso.
O Ministério da Agricultura e Pecuária publicou em março a portaria que reconhece 16 novos estados livres: Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Outras cinco unidades federativas já estavam nesse status: Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre e Rondônia.
"A agência continua trabalhando nos programas e no controle da aftosa também. Não é porque a vacina foi suspensa que não vamos ficar vigilantes e o produtor também vá folgar. Vamos fazer um trabalho mais consistente.", pontua o médico veterinário da Adepará, Giovani Girardeli.
A febre aftosa é uma doença causada por vírus que podem contaminar outros animais, causando prejuízos locais e fechando as portas da exportação. O Brasil é livre há 17 anos. No Pará a campanha encerrou em abril e o pecuarista tem até 15 de maio para comprovar que imunizou bovinos e bubalinos.
"Desde 2007 no Brasil e desde 2004 no Pará a gente não tem nenhum registro de febre aftosa. Nós já fizemos inúmeros inquéritos sorológicos que são visitas nas propriedades sorteadas. A gente coleta o sangue dos animais e encaminha para os laboratórios e não registramos ocorrências do vírus entre os rebanhos.", explica Giovani Girardeli.
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