Mais de 60 municípios paraenses estão, há mais de um mês, sem registrar nenhum crime violento letal intencional (CVLI), que reúne homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Entre eles estão Canaã dos Carajás e Curionópolis, no sudeste do Pará, região com altos índices de criminalidade. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (24), pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), com dados avaliados no período de 29 de fevereiro de 2020 a 20 de junho de 2021.
De acordo com a Segup, o município de Canaã dos Carajás já está há 35 dias sem nenhum registro de CVLI. Já em Curionópolis, o último crime violento registrado foi há 69 dias. Jacareacanga e Vitória do Xingu estão, respectivamente, há 48 e 111 dias sem registros. Outras cidades apresentam mais dias sem casos, como Vigia (152 dias), Cachoeira do Piriá (239 dias) e Gurupá (398 dias). No total, 69 cidades não registram CVLI há pelo menos 30 dias.
O titular da Segup, Ualame Machado, afirma que a redução dos crimes reflete as ações preventivas e a forte investigação e o controle dentro das casas penais do estado. “Desde 2019, diversas ações estão sendo realizadas para reduzir a criminalidade, a exemplo do programa Territórios pela Paz (Terpaz), o projeto Segurança Por Todo o Pará, ações como a ‘Polícia Mais Forte’ e os investimentos realizados com a aquisição de lanchas blindadas, construção de bases fluviais integradas e o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que deverá em breve ser entregue”, disse secretário.
Redução de crimes
A queda da criminalidade em municípios paraenses é confirmada por pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada nesta quarta-feira (23). O instituto aponta redução no número de homicídios nos anos de 2019 e 2020, em oito cidades paraenses.
Segundo a pesquisa, ao comparar o número de homicídios registrados nos anos de 2018 e 2020, é possível apontar reduções de 37% em Altamira, 77% em Ananindeua, 65% em Belém, 62% em Castanhal, 47% em Marabá, 69% em Marituba, 20% em Parauapebas e 35% em Redenção. Todas as cidades permanecem apresentando redução, ao comparar os dados de 2019 e 2020.
Em relação às oito cidades que aparecem no ranking entre as mais violentas, Ualame afirma que “O Ipea usou como base, todas as 120 cidades apontadas como as mais violentas no ano de 2017, ou seja, os 120 municípios listados na pesquisa divulgada nesta quarta, não são necessariamente os mais violentos do Brasil, atualmente, conforme consta no apêndice. O fato de somar com os registros dos anos de 2018, um dos piores anos da linha histórica, fez com que os municípios do Pará fossem inseridos no estudo, ao lado de Curitiba (PR) e Florianópolis (SC), por exemplo”, finalizou.
Fonte: O Liberal