A Política Nacional de Humanização (HumanizaSUS) estabelece a valorização de todos os envolvidos no processo de produção da saúde, incluindo trabalhadores, gestores e usuários, reforçando que "valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vive, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e da produção de saúde".
Essa responsabilidade compartilhada está presente em vários setores da Santa Casa do Pará, que integra a rede de saúde pública estadual, com destaque na área do centro cirúrgico pediátrico, espaço que surgiu a partir da percepção da equipe de profissionais do setor sobre a necessidade de criar um ambiente lúdico, onde as crianças encaminhadas para cirurgias pudessem ficar mais tranquilas antes do procedimento.
“Aqui nós pensamos em fazer um ambiente mais alegre, que tirasse ou diminuísse o medo da criança, a ansiedade de entrar num ambiente fechado para fazer um procedimento cirúrgico. A ideia foi que as crianças vissem um ambiente alegre e se sentissem mais tranquilas com o ambiente”, informa Simone Fernandes, enfermeira responsável técnica pelo Centro Cirúrgico Pediátrico da Fundação Santa Casa.
“Eu penso que ameniza o medo, distrai, tira o foco da cirurgia e leva eles a observarem o ambiente que está todo plotado, cheio de ursinhos. Existem estudos sobre isso. Diminui o medo da criança no ambiente hospitalar”, reforça Simone.
"Quebra o gelo"- Val Agostinho Soares, moradora de Augusto Corrêa, município do nordeste do Estado, mãe de Tomás, que operou uma hérnia, diz que as gravuras nas paredes são importantes para as crianças. “Quando chegamos aqui, e como meu filho gosta de brincar, ele esqueceu que ia fazer uma cirurgia. Tem criança que tem medo de passar por uma cirurgia. Acho que isso aqui é uma forma adequada para se distrair. Quebrar aquele gelo do hospital e deixar a criança mais tranquila”, ressalta a acompanhante do menino.
“A gente chega aqui e vê esse ambiente bonito, distrai tanto as crianças como a gente. Mesmo levando em conta a nossa preocupação por conta da cirurgia de nosso filho, porque não é fácil estar no hospital”, diz Abigail Meireles, moradora do município de Cametá, no Baixo Tocantins, cujo filho também passou por cirurgia na Santa Casa.
Segundo o médico Eduardo Amoras, coordenador de Cirurgia Pediátrica na unidade, as ilustrações na área hospitalar representam um enriquecimento para o centro cirúrgico pediátrico. “No ambiente de humanização as crianças se sentem mais confortáveis, acolhidas, seguras, assim como as famílias. É um ambiente que remete ao dia a dia, e procura tirar a condição de um ambiente inóspito, em que a criança vai passar por um procedimento. Essas plotagens (impressão em grande formato) são importantes para todos, tanto para o nosso pequeno paciente, como para suas famílias, além dos nossos colaboradores no centro cirúrgico”, avalia o profissional. Espaços humanizados amenizam a ansiedade antes de procedimentos, principalmente em crianças
Paisagismo- Além da colocação de figuras do universo infantil no centro cirúrgico pediátrico, há plotagens no ambulatório de pediatria e reforço no paisagismo, com a colocação de plantas em algumas áreas, incluindo a Casa da Gestante, onde ficam pacientes internadas e acompanhantes.
“As plantas representam muito as mulheres, e fazem com que nos sintamos em casa. Traemz harmonia, alegria, amor, união”, garante Adrielma Lopes do Amaral, moradora do município de Irituia, no nordeste paraense. Para Débora Vilhena, que reside em Belém, o jardim na Casa da Gestante é importante porque as flores representam acolhimento. Profissionais da Santa Casa e mães atendidas aprovam os espaços que transformam o cenário hospitalar
Luzia Ribeiro, enfermeira responsável técnica pela Casa da Gestante, Bebê e Puérpera da Santa Casa, destaca que o espaço lúdico remete ao ambiente familiar. “O jardim da Casa da Gestante foi pensado com o objetivo de proporcionar às usuárias um ambiente mais acolhedor, transformando o ambiente hospitalar. Ele é cuidado com muito carinho pela técnica de enfermagem Vera Lúcia Gonçalves, que junto com a equipe gerenciada por Francielma das Chagas tenta fazer com que a experiência do paciente seja mais positiva”, explica a enfermeira.
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