A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher em Altamira (DEAM) pediu a prisão preventiva do reverendo José Dorivaldo, acusado por três mulheres de abuso sexual. O pedido deve ser analisado pela justiça que pode ou não acatar a solicitação.
A série de acusações foi feita contra o superintendente da Igreja do Evangelho Quadrangular em Altamira, sudoeste do Pará. A primeira vítima fez o registro no dia 03 de novembro. Em um dos casos, uma jovem que hoje tem 20 anos, teria sido abusada ainda criança. Ela relata um episódio que teria acontecido dentro da igreja.
As vítimas são acompanhadas por advogadas da Rede Protege Brasil. Uma das advogadas, Ciebra Darwich, conversou com nossa equipe e explicou os próximos passos jurídicos do caso. “Agora vamos esperar a manifestação do Ministério Público acerca da representação pela prisão preventiva. Se o parecer dele for favorável, o juiz deve mandar cumprir o mandado de prisão”, explicou.
Ainda segundo a advogada as vítimas estão apreensivas para que a prisão seja efetuada, “em virtude do medo e possibilidade de coação por parte do acusado. Elas querem justiça pois desenvolveram vários distúrbios e crise de ansiedade”, relata a profissional.
Na época, algumas ainda eram crianças, tinham menos de doze anos e outras até adolescentes. “Pelos relatos que nós ouvimos, algumas situações aconteceram dentro do carro, aconteceram na casa do próprio acusado, que inclusive, na época, ficava perto da igreja sempre em ambientes fechados”, Relatou a outra advogada do caso, Karem Luz.
A Polícia Civil do Pará instaurou um inquérito policial quando as denúncias foram feitas. Vale ressaltar que o crime de estupro não prescreve, o que dá a garantia de que as vítimas possam registrar denúncias anos depois do fato ocorrido.
O Conselho Estadual de Diretores da Igreja do Evangelho Quadrangular informou que o pastor Dorivaldo Teixeira foi afastado de todas as funções ministeriais desde 08 de novembro, por tempo indeterminado. Mas o ofício da igreja não disse a motivação da saída do pastor. O vice-presidente da IEQ assumiu interinamente a administração da igreja em Altamira.
O Confirma Notícia tentou por várias vezes o contato com o pastor que atua em Altamira há mais de 15 anos, mas não obtivemos retorno. Por meio de nota divulgada em um aplicativo de mensagens, houve um comunicado em relação ao caso.
“As acusações contra o sr. Dorivaldo Teixeira têm a finalidade de macular a vida familiar e missionária dele. As denúncias ventiladas são infundadas e carecedoras de crédito. O sr. Dorivaldo Teixeira está a disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos, afirmando desde já que possui residência e família nesta cidade e provará sua completa inocência."
Relato das vítimas
"Porque ele morava dentro da igreja, praticamente. Nesse dia estava tendo uma programação na igreja e eu levei um bolo e era pra deixar na casa dele, na geladeira. Aí eu bati na porta e ele me recebeu, estava sem camisa e só de short. Nesse exato momento perguntei pela esposa dele e pela filha, ele me disse que estavam no quarto e pediu que eu entrasse, assim que entrei pra colocar o bolo na geladeira, na hora que estava de costas, ele aproveitou para se esfregar em mim e eu senti as partes íntimas dele. Até que consegui fugir e procurar ajuda’’, conta a jovem.
"Ele sempre foi muito próximo da minha família. Tinha o seu respeito como pastor. Eu tinha aproximadamente oito ou nove anos quando tudo começou. Lembro que quando o meu pai faleceu eu tinha apenas nove anos ele se aproximou mais ainda da minha família e de mim e comecei a sentir um carinho de pai com ele, com isto os abusos começaram a aumentar. Ele pegava nas minhas partes íntimas, me levava na ilha na casa dele, na chácara, e principalmente no carro dele, onde ele falava pra minha mãe que ia me levar pra comprar coisas com ele e até mesmo fazer cultos. Levava junto, mas era lá onde que ele cometia os abusos mais nojentos que hoje eu tenho que recordar", relata uma das vítimas.
Uma dela contou que chegou a falar sobre o caso. "Eu procurei a própria família dele que afirmou ter falado que iria conversar com ele e isso iria se resolver. E aí eu cheguei a comentar com as meninas da igreja sobre isso e elas também me relataram que elas já haviam passado por isso”, relembra.
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