A poesia que há no encontro entre a literatura e exuberância da paisagem amazônica marca a abertura da III Festa Literária do Xingu (Flix) nesta quarta-feira, 3, no auditório da Casa de Memória Transxingu, no município de Altamira. Desta vez o evento traz como tema “A Poética dos Povos Tradicionais e Indígenas do Xingu, outras margens”, em uma edição com atividades presenciais e virtuais, com atrações para os públicos jovem e adulto. A III Flix segue até a sexta-feira, dia 5.
A professora Maria Ivonete Coutinho da Silva, coordenadora geral e idealizadora da Flix, destaca a preocupação sanitária do evento, que terá um estande para a Vigilância Sanitária do Município de Altamira. Além disso, a Flix também homenageia o escritor e doutor Honoris Causa da UFPA, Dom Erwin Krautler. A coordenadora também fala sobre o quanto o evento movimenta diversos locais de cultura da cidade.
“É uma forma de espalhar as pessoas. Não teremos grandes multidões nem um grande número de pessoas num espaço fechado. Elas serão divididas em espaços menores. Estamos confiantes na segurança e nos cuidados sanitários e também na qualidade dos diálogos interculturais que vão ocorrer durante a Flix”, afirma Maria Ivonete, que destaca também o impacto econômico do evento.
“Nosso sonho, de quem realiza a Flix, é de que o evento possa ser um dos grandes fomentadores da economia local, e que os poderes públicos possam perceber isso, os empresários do município, que venham congregando forças para que sejamos a grande festa literária do Norte do país, como está desenhado e prospectivo para ser. Então esse é nosso sonho e nosso convite a toda a sociedade civil”, diz a coordenadora.
Em uma parceria com o Instituto Xingu, a Flix terá ainda uma Balsa Cultural, uma embarcação que percorre o Rio Xingu com atividades de poesia e atrações culturais. Uma espécie de sarau sobre as águas, onde haverá leitura de poesias, apresentações musicais, danças folclóricas, entre outras atividades. Arthur Modesto, presidente do Instituto Xingu, fala sobre a participação da instituição da Flix.
Sarabalsa: uma das atividades mais procuradas na II Festa Literária do Xingu (FLIX) (Bartolomeu Neto/ Divulgação)
“Arrisco a dizer que [a Balsa Cultural] é o momento mais charmoso do evento, onde navegamos pelo Rio Xingu no final da tarde, pegando esse pôr do sol, com declamação de poesias, canto e danças de carimbó. É uma atividade que as pessoas que vêm de fora, geralmente se encantam bastante”, conta Arthur.
Ainda entre as novidades desta III Flix está a realização de um cortejo lítero-cultural com homenagens a escritores paraenses, brasileiros e internacionais, que vai percorrer o trecho entre o Campus II da UFPA (Laboratório de Linguagem) e a Casa de Memória Transxingu. O cortejo contará com a participação do grupo de percussão Coisas de Preto, formado por alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Otacílio Lino. O Coletivo de Mulheres Negras Maria Maria (Comunica), que reúne mulheres de Altamira e região, coordenado pela professora Mônica Brito, também estará no cortejo.
“É um coletivo que congrega mulheres de diversos territórios e espaços geográficos da região, como por exemplo, as mulheres das periferias, mulheres dos rios e da floresta, mulheres pescadoras, domésticas que estão no combate e enfrentamento a todos os tipos de preconceito, racismo, estão no combate à pobreza e na defesa dos seus corpos em todos os locais onde habitam”, explica Mônica.
A programação será aberta ao público e a entrada é de graça. Haverá atividades paralelas às mesas de debate como por exemplo: exposição e vendas de obras, lançamentos, feira de artesanato, feira de produtos agroflorestais, além de shows musicais com artistas paraenses. São atrações confirmadas: Lucinnha Bastos e Olivar Barreto que estarão no palco montado na área externa onde também irão se apresentar artistas altamirenses, como Trio Banzeiro.
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